É fora do peito que te penso, mas é dentro dele que te guardo.
É lá dentro que junto te ao meu sentimento e te abraço com a toda a minha força. Foste o vento da mudança, aquela tempestade que trouxe a bonança.
És o alimento que ao meu coração dá alento.
Sem ti seria um zero, contigo os zeros valem pelo que te penso e é dentro desse pensamento que te amo, com uma intensidade que passa todas as barreiras que eu conheço.
É fora do peito que os meus braços te seguram, num abraço que te diz tudo o que não diz. Mas é dentro do peito que fica escrita a poesia da minha paixão. Uma poesia que são rimas em que a tua alma me ajuda a escrever, nas noites em que a insónia teima em aparecer e que tu me fazes companhia para que nada se possa colocar entre nós dois.
E quando acordo, olho para dentro de ti e encontro lá um pedaço de mim.
Encontro uma migalha minha vestida com o nosso amor, que esteve a teu lado enquanto dormíamos, sonhando que o nosso dia já tinha chegado e que tu vias a realidade de um futuro desenhada nas paredes do teu mundo.
Vias-me ali onde tu estavas, vias-me no reflexo do que imaginavas.
Será que se podem sentir saudades do futuro?
É que eu ouço a sinfonia do teu coração e essa melodia tem o cheiro das saudades de tudo o que a vida ainda tem para nos oferecer.
No teu sonho eu já te pertenço, na minha realidade existe um futuro que ainda me foge.
É dentro do teu peito que eu quero continuar a viver, fora dele só existe o mundo lá fora, que nem sempre entende o que sinto.
O mundo lá fora em que o tempo demora tanto tempo para esta viagem até ti.
@angela caboz