Se me vires por aí não acredites no que os teus olhos vêem.
Essa que por aí se passeia com o meu corpo é uma cópia minha. Nada do que ela te diga tem o cheiro do meu sentir e naquelas curvas ousadas não encontrarás o que já tiveste e perdeste sem saber.
Se me vires por aí, olha-me bem e escuta que é outro o discurso dessa mulher, que nada mais é do que uma cópia daquela que um dia te conquistou.
Essa que os teus olhos virem, pode ter a ousadia que tu lhe emprestaste, mas falta-lhe a doçura que perdeu no dia em que a abandonaste.
Mesmo assim, se te cruzares com ela, dá-lhe a mão e empresta-lhe um daqueles sorrisos com que a soubeste conquistar. Explica-lhe que a vida não é feita de promessas e de sorrisos marotos de quem lhe indica o caminho da cama.
Sim, é preciso que tu, ou alguém, a faça entender que viver é mais do que uma aventura, que começa ao anoitecer e termina ainda antes do dia nascer.
E já agora, faz-me mais um favor diz-lhe que não és o anjo que ela viu em ti.
Mas, mostra-lhe que, apesar de tudo, tens coração e sabes amar. Conta-lhe aquele segredo que quiseste guardar, e, que depois, usaste como desculpa na hora da despedida. Ensina-lhe a ver o avesso de ti e talvez assim, quem sabe, ela se canse de ser essa cópia de mim.
Se me vires por aí, torna-me no original que um dia se perdeu por ti e não mais se encontrou.
@angela caboz