
Podias, muito bem, ter partido sem mas explicações porque já tinha compreendido que nunca estiveras ali de alma e coração.
Eu tinha estado sempre sozinha, naqueles meses em que nem os sonhos me faziam companhia. Tinha deixado tudo para trás, até mesmo os meus sonhos, para te poder amar e agora estava ali a chorar. Estava a gastar as minhas últimas lágrimas por alguém que não me merece.
Fica aí, deixa-te ficar na tua história.
Não me digas que voltaste para o teu passado, porque não existe comboio que nos leve de volta para esse tempo e não há porta para que aí possas entrar de novo.
Não te desculpes com o passado, nem digas que apenas vieste espreitar no meu jardim, para te relembrares de como era bom viver com emoções, é que elas um dia podem te fazer falta e nesse passado não as vais encontrar, aí vais apenas ficar amarrado.
Sabes ninguém procura outro telhado se a sua casa for confortável e tu sentias no corpo o frio de não amar. Talvez tenha sido isso que te fez vir até aqui procurar-me, sem nunca teres pensado que me irias fazer sofrer ao iludires-me com este teu falso sentir. E agora como se nada tivesse acontecido queres voltar ao sitio que dizes que sempre te pertenceu.
Sabes quando o lugar onde moramos deixa de nos aquecer o coração já não há nada que nos faça voltar lá. Tu enganaste-me a mim e estás a enganar-te a ti mesmo.
Vai, podes ires embora, mas essa tua volta ao passado é uma história fora de horas, tudo porque não te irás encontrar naquela rua de onde um dia fugiste .
Hoje és outro. (Re)encontraste-te com o amor e nunca mais saberás voltar a viver na escuridão de não amar.
@angela caboz
Encontrei o teu blogue por acaso.
E…não parei de ler…
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